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terça-feira, dezembro 29, 2009

Rali Urbano ... Quase uma gestão estratégica

Eu não sei se acontece nas ruas urbanas de todo o Brasil, mas convém relatar essa experiência quase que um planejamento estratégico rumo ao seu destino final.
Na minha opinião, todo carioca é, além de um verdadeiro estrategista, é um ótimo piloto digno de ralis considerados como Dakar e dos sertões.
Pegamos como exemplo um curtíssimo trecho entre Botafogo x Shopping Downtown, isso em distância dá uns 18 Km. Se compararmos com o mundo dos negócios, seria como um planejamento estratégico de uns 5 anos, por exemplo.
Saímos pelas ruas do movimentado bairro de Botafogo. Desviamos de carros estacionados na rua para embarque e desembarque de passageiros ou para amenizar a história, pode ser aquelas mães neuróticas que fazem questão de para EM FRENTE  a escola e esperar pacientemente seu adorável filho. Sem contar com os caminhões despejando materiais para mais um prédio em construção nesse território de passagem e aquela faixa de bueiros cortando a rua visconde e silva que em dia de chuva não servem para nada. Se avaliarmos como uma empresa, podemos citar que nada mais é do que seus colegas que já pela manhã já se encontram de mau humor, não atendem o telefone por preguiça ou até mesmo socam o mouse para ver se o Outlook carrega mais rápido.
Beleza ... Trânsito livre e chegamos à rua do Humaitá onde os carros que estão à direita fazem fila dupla e os que estão à esquerda para a Lagoa, fila tripla. OK! A faixa única sentido Jardim Botânico se encontra incrivelmente VAZIA, já que não conseguimos chegar a ela.
Na simpática rua do bairro botânico, me sinto em uma montanha russa com aquele buraco profundo em frente a ABBR. Sabe aquela sensação da subida do brinquedo??? Quase igual.
Igual mesmo é o que enfrentamos no mercado de trabalho, esse sim é um buraco sem fim e se não soubermos onde pisamos ou um simples clique, pode desmoronar uma carreira concreta de anos a fio.
Chega de jardins, passamos para o túnel acústico...... espera ai???? MERECE COMENTÁRIO? Seria a mesma coisa que tentar explicar o famoso: "faço isso porque sempre foi assim". Mesmo com toda a sua escuridão e sua desajeitada operação tapa buraco, ainda é comparado com o: "SEMPRE FOI ASSIM".
Não .. NÃO existe luz no fim do túnel. Em dia de engarrafamento é impressionante como, quando a gente acha que ta chegando ..... ai mesmo que demora. Mas, enfim, chegamos a glamurosa ROCINHA.... Sem comentários Parte II. Apesar das obras que fizeram, novos quiosques, pontos e passarela não se sabe onde é ponto de ônibus, faixa de pedestre, sinal. Tudo é tudo muito tudo .. Entenderam?? Isso é a Rocinha.
É como a mesa do desorganizado. trabalhe sempre focado, seja objetivo. Quando não conseguimos distinguir teclado de telefone é quase impossível delegar funções, já que ninguém acha se quer um telefone de contato.
E lá vamos nós para o elevado ....... LINDO!!! É tão bom dar bom dia para o sol. É um mix de prazer, ver as nuvens tocarem o mar, pensar que enquanto as águas vão e vem e o mundo muda freneticamente. E lá fui eu andar devagarzinho para curtir um pouco a paisagem .... MEEEEDO ... o que são aqueles buracos intermináveis entre um bloco e outro de concreto???? Resolvi aumentar a velocidade para sentir menos o tremelique do carro. Quase bate de frente com o que vinha na faixa reversível.
UFA ..!!!! Cheguei ao Downtown.
Depois de uma viagem atormentada por violentas manobras .... Imaginem o que encontro????? Mais ou menos umas 6 faixas do famoso "olho de gato". Quando falamos desse humilde sistema que faz com que o motorista tenha atenção à pista, não podemos imaginar que algumas dessas faixas são compostas por "olho de gato siamês" ou "olho de gato gigante" ou "olho de gato doido". São calombos ENORMES pregados no chão. 
Ok, mais um desafio vencido. Finalmente estacionei meu carrinho popular 1.0.
No dia seguinte, resolvi fazer o mesmo trajeto, mas dessa vez, preferir ir pela estrada do Joá. "TRISTE FIM DE UM PÁLIO BOLINHA 1.0 2001"
Acho que o melhor meio de transporte do Rio hoje, é a carroça.

O que tiramos dessa conclusão, é que, observe tudo ao seu redor. Memorize as coisas boas e ruins, desvie de obstáculos com manobras bruscas e inesperadas, mas tenha sempre uma meta traçada e rédias firmes para que consiga sair do caminha por um tempo, mas volte em segurança.
Não tenha medo de mudar o percurso, mude. Se não for a melhor opção, trace outra estratégia, caia em buracos antigos, mas não esqueça que um dia eles existiram e podem, em um estalar de dedos, surgir como uma descida de montanha russa. Sabemos que ela está lá, mas não sabemos quando chega a hora da descida.

Mude .....

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